Em Utah, uma indústria que se apresenta como promotora de reabilitação para adolescentes em risco tem sido duramente questionada.
Em meio a promessas de transformação e recuperação, surgem relatos de práticas que exploram a vulnerabilidade dos jovens. Métodos coercitivos e condições precárias são utilizados.
Além disso, existe uma gestão que desrespeita a individualidade e os direitos dos adolescentes. Em meu artigo sobre diagnóstico psicológico, abordo os aspectos que leva a esse tipo de problema.

Índice
O que está acontecendo em Utah?
Em Utah, centros e instituições se autodenominam responsáveis por “ajudar” adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Eles têm despertado a atenção da imprensa e de especialistas.
No entanto, a realidade apontada por investigações revela um cenário preocupante.
Basicamente, crianças estão morrendo em nome de “adaptá-las” à sociedade a partir de um diagnóstico psicológico duvidoso.
Relatos de métodos coercitivos e ambientes inadequados
Diversos depoimentos têm evidenciado a existência de práticas que se distanciam dos princípios éticos do cuidado psicológico.
Em muitos casos, adolescentes enfrentam regimes rigorosos. Eles muitas vezes são tratados com métodos que beiram o autoritarismo.
Estas situações podem agravar traumas e comprometer o desenvolvimento emocional saudável a partir de um “diagnóstico psicológico”.
Relatos indicam que os jovens são isolados e expostos a punições severas.
Feito o diagnóstico psicológico, eles são privados de um acompanhamento terapêutico adequado. Isso dificulta a criação de vínculos baseados em relações reais no ambiente terapêutico. Que, aliás, muito possivelmente, talvez elas nem precisassem.
Desnecessário dizer que muito do que se chama diagnóstico psicológico, são formas de tentar adaptar as crianças. Por elas terem comportamentos perfeitamente esperáveis vindos de crianças.
Promessas versus a realidade
A proposta desses centros gira em torno de oferecer uma solução para comportamentos “desafiadores” ou “problemáticos”. A prática tem demonstrado outra realidade.
O foco muitas vezes recai sobre a padronização e o controle a partir do diagnóstico psicológico.
O controle ocorre em vez de reconhecer a singularidade de cada indivíduo.
A promessa de transformação e a realidade vivida pelos adolescentes apresentam uma discrepância. Essa diferença evidencia a necessidade de uma abordagem mais cuidadosa.
O cenário de Utah alerta para repensarmos nossos métodos de intervenção.
Reflexões a partir do diagnóstico psicológico
O papel do diagnóstico na identificação da vulnerabilidade
No contexto da psicologia, o diagnóstico não deve ser entendido apenas como uma categorização de sintomas. É um processo profundo. Visa compreender a história, as emoções e os conflitos internos de cada pessoa. É apenas uma referência. E nunca é absoluto.
Durante a adolescência, há um período de intensas mudanças e desafios. Um diagnóstico mal conduzido pode reforçar estigmas. Ele pode, inclusive, legitimar práticas abusivas, como estamos vendo nesse país dito de primeiro mundo.
Em Utah, a ausência de um olhar clínico ético, que priorize a escuta e o acolhimento, torna-se ainda mais evidente.
As intervenções, em vez de serem personalizadas, parecem se apoiar em protocolos rígidos que não consideram as nuances das vítimas.
Escuta ativa e acolhimento: pilares para uma intervenção transformadora
Pergunto-me, por exemplo: como podemos identificar os sinais de que um jovem está sofrendo em silêncio? E a real origem desse sofrimento, que vem de um ambiente que não permite algo tão simples como “ser”?
Essas reflexões me levam a defender que cada atendimento deve ser único. E construir um espaço seguro. Esse espaço permitirá que o adolescente seja ele mesmo, sem medo de se expressar e agir.
Uma análise crítica da indústria “troubled teen” em Utah
Práticas abusivas e seus impactos emocionais
A matéria do Salt Lake Tribune detalha um cenário em que práticas abusivas são mascaradas por discursos de transformação.
Centros que deveriam ser espaços de apoio e reabilitação acabam, na prática, instaurando dinâmicas de poder que podem agravar traumas.
Esses métodos, muitas vezes, envolvem a aplicação de punições severas. Eles também incluem o confinamento em ambientes que não favorecem a expressão emocional.
Privar adolescentes de sua autonomia e padronizar procedimentos reforça sentimentos de impotência e silenciamento da expressão.
A discrepância entre a retórica e a prática
Outro ponto que merece destaque é a discrepância entre o que é prometido e o que é efetivamente oferecido.
Muitos dos relatos apontam que os métodos aplicados nesses centros de Utah carecem de respaldo científico. Ora, mesmo que tivessem…
Minha experiência e reflexões pessoais
Envolvimento e responsabilidade ética
Cada caso é único e merece uma abordagem que respeite a história e a subjetividade de cada indivíduo.
Apenas técnicas padronizadas não são suficientes. Aliás, muitas abordagens incentivam os psicoterapeutas a se esconderem por trás de técnicas “baseadas em evidências”, esse terminho da moda.
É importante um olhar humanizado, que valorize a escuta ativa e a relação terapêutica.
Essa experiência me motiva a defender uma intervenção clínica que priorize um espaço em que o paciente possa “ser”.
A importância do diálogo e da reflexão contínua
Pergunto-me: como podemos estimular um debate que ultrapasse a simples crítica e leve à construção de práticas mais éticas?
Quais estratégias podem ser adotadas para que a intervenção clínica se torne um verdadeiro espaço de transformação?
Eles querem ser incluídos
A situação em Utah, na reportagem do Salt Lake Tribune, convida a uma reflexão sobre métodos de intervenção para adolescentes.
Como podemos construir um ambiente em o paciente possa ser compreendido e incluído e, finalmente, desenvolver sua autonomia?
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