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TDAH nas redes sociais: informação ou confusão?

    TDAH – Nos últimos anos, aumentou a presença efetiva de pessoas com esse diagnóstico nas redes sociais. Por sua vez, isso mudou a forma como se percebe o TDAH.

    Nesse sentido, um estudo conduzido por Tessa Eagle e Kathryn E. Ringland, da Universidade da Califórnia, revelou dados bastante interessantes.

    De acordo com a , plataformas como Instagram, TikTok e Twitter funcionam como espaços de reconhecimento.

    Elas oferecem apoio para quem tem TDAH. Além disso, desempenham um papel básico na construção de identidade e no compartilhamento de experiências.

    Por outro lado, essa visibilidade ampliada também gera conflitos com a comunidade médica.

    A disseminação de informações pode tanto contribuir para o entendimento do transtorno. Por outro lado, pode reforçar estereótipos ou levar a diagnósticos questionáveis.

    Dessa maneira, a pesquisa analisou não apenas como essas redes influenciam a percepção do TDAH.

    Ela também analisou de que forma impactam a busca por . Isso evidencia as complexas interações entre o ambiente digital e a saúde mental.

    Como o TDAH foi estudado nas redes sociais?

    Os pesquisadores realizaram uma análise detalhada das postagens, comentários e interações. Eles analisaram dados no Instagram, TikTok e Twitter. O estudo ocorreu ao longo de mais de um ano.

    A partir desse estudo, observaram que essas redes sociais não apenas funcionam como canais para a divulgação de informações.

    Elas também criam espaços de apoio para indivíduos com TDAH.

    No entanto, ao mesmo tempo, essas plataformas oferecem suporte e promovem o compartilhamento de experiências.

    Elas também levantam desafios significativos em relação à precisão. Além disso, há desafios na confiabilidade do conteúdo disseminado.

    A pesquisa identificou diferentes dinâmicas em cada plataforma, o que impacta a forma como se discute o TDAH online.

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    Ilustração mostrando uma pessoa sentada à mesa, cercada por ícones flutuantes do Instagram, TikTok e Twitter. As redes sociais giram ao redor da cabeça da pessoa, criando um efeito de confusão e sobrecarga de informações, simbolizando o impacto do TDAH no ambiente digital.

    TDAH nas redes sociais

    Instagram

    • Formato visual e informativo: O Instagram é rico em infográficos, experiências pessoais e dicas práticas.
    • Influenciadores de saúde mental: Perfis populares ajudam a disseminar conhecimento, mas nem sempre com base científica.
    • Comunidade de apoio: Muitos usuários relatam identificação e suporte emocional.

    TikTok

    • Conteúdo rápido e viral: Vídeos curtos explicam de forma acessível, mas podem simplificar demais a questão.
    • Autoidentificação e autodiagnóstico: Muitos usuários descobrem possíveis sintomas ao assistir vídeos sobre o transtorno.
    • Muitas visualizações, pouca verificação: A velocidade da informação pode levar a desinformação.

    TDAH no Twitter

    • Discussões aprofundadas: Sequências de tweets permitem explicações mais detalhadas e compartilhamento de estudos.
    • Engajamento na comunidade: Usuários trocam experiências e se apoiam mutuamente.
    • Conflitos com a comunidade médica: Algumas postagens questionam abordagens tradicionais de diagnóstico e tratamento.

    Entre informação e desinformação sobre TDAH

    As redes sociais possibilitam que pessoas com TDAH compartilhem suas vivências, promovendo, assim, um ambiente de troca e apoio mútuo.

    No entanto, é importante destacar que nem todo conteúdo publicado nessas plataformas é baseado em evidências científicas.

    Nesse sentido, a pesquisa indica que uma parcela significativa das informações nas redes sociais carece de embasamento médico. Isso pode gerar consequências preocupantes.

    Entre os principais riscos, destaca-se a banalização do transtorno, que pode levar à sua compreensão de forma superficial ou equivocada.

    Além disso, existe a possibilidade de que indivíduos realizem autodiagnósticos sem acompanhamento profissional. Isso pode resultar em interpretações equivocadas e impactar negativamente a busca por um tratamento adequado.

    As Barreiras do Diagnóstico do TDAH

    Outro ponto abordado no estudo é a dificuldade que muitas pessoas enfrentam para obter um diagnóstico formal de TDAH.

    Mulheres e pessoas de diferentes etnias, por exemplo, frequentemente têm seus sintomas ignorados ou mal interpretados pelos profissionais de saúde.

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    Assim, as redes sociais acabam sendo um espaço onde essas pessoas encontram relatos semelhantes aos seus. Isso pode servir como um primeiro passo para buscar avaliação profissional.

    O TDAH nas Redes Sociais é Aliado ou Vilão?

    Não há uma resposta definitiva.

    As redes sociais ajudam a espalhar informações sobre o TDAH, dão visibilidade e conectam pessoas que se sentiam isoladas.

    Porém, ao mesmo tempo, também podem reforçar rótulos e facilitar a divulgação de conceitos errados.

    O desafio é equilibrar o acesso à informação com a responsabilidade de garantir que o conteúdo seja confiável.

    Como garantir que quem se identifica com os sintomas procure um profissional antes de tirar conclusões?

    Como evitar que o transtorno seja tratado como uma moda passageira?

    Essas são questões importantes para psicólogos, especialistas e a como um todo discutirem.

    Referência

    Eagle, T., & Ringland, K. E. (2023). “You Can’t Possibly Have ADHD”: Exploring Validation and Tensions around Diagnosis within Unbounded ADHD Social Media Communities. 25th International ACM SIGACCESS Conference on Computers and Accessibility (ASSETS ’23). DOI: 10.1145/3597638.3608400.


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