Ding Liren fez história ao se tornar o primeiro chinês campeão mundial de xadrez em 2023. Sua vitória, no entanto, nos trouxe questões quanto à saúde mental na alta performance.
Porém, sua jornada até o topo revela o impacto psicológico da performance de elite. Os desafios enfrentados após a conquista também mostram esse impacto.

Índice
Torneio de Candidatos 2022: um caminho improvável
O Torneio de Candidatos de 2022, realizado em Madri, definiu o desafiante ao título mundial. Inicialmente, Ding Liren não estava classificado devido à falta de partidas válidas no período exigido.
Contudo, com a desclassificação de Sergey Karjakin, Ding teve a chance de se qualificar. A Associação Chinesa de Xadrez organizou rapidamente torneios para que ele cumprisse o requisito mínimo de 30 partidas.
Com isso, Ding garantiu sua vaga e terminou o torneio em segundo lugar, atrás de Ian Nepomniachtchi.
Campeonato Mundial de Xadrez 2023: a conquista histórica
Magnus Carlsen decidiu não defender seu título. Como resultado, o Campeonato Mundial de 2023 foi disputado entre Nepomniachtchi e Ding.
O match, realizado em Astana, Cazaquistão, terminou empatado em 7 a 7 após 14 partidas clássicas.
Nos desempates rápidos, Ding venceu por 2,5 a 1,5, tornando-se o 17º campeão mundial e o primeiro da China.
O peso do título: desafios emocionais pós-conquista
Após a vitória, Ding Liren compartilhou publicamente suas lutas com a saúde mental na alta performance, incluindo sintomas de depressão e exaustão.
Em entrevistas, revelou sentir um “vazio” e dificuldades para dormir e se concentrar.
Essas experiências destacam que alcançar o sucesso externo não garante bem-estar interno.
A coragem de expor a vulnerabilidade
Em culturas onde a saúde mental ainda é um tabu, especialmente na Ásia, a saúde mental é um assunto delicado. A decisão de Ding de falar abertamente sobre seus desafios foi significativa.
Sua franqueza contribuiu para quebrar estigmas e encorajar outros a buscar ajuda, mostrando que vulnerabilidade é um sinal de força.
Redefinindo o sucesso: uma nova perspectiva
Em 2024, Ding enfrentou o jovem indiano Dommaraju Gukesh no Campeonato Mundial, realizado em Singapura.
Apesar de uma performance resiliente, Ding perdeu o título.
Curiosamente, expressou alívio após a derrota, mencionando o desejo de uma vida mais equilibrada e menos estressante.
Lições para além do tabuleiro
A trajetória de Ding Liren oferece insights valiosos:
- A saúde mental na alta performance é essencial: o bem-estar psicológico é fundamental para o desempenho sustentável.
- O sucesso tem múltiplas facetas: alcançar objetivos pode trazer desafios inesperados.
- Vulnerabilidade é força: compartilhar dificuldades pode inspirar e ajudar outros.
- Priorizar o bem-estar é crucial: buscar ajuda e fazer pausas são sinais de autoconsciência.
- Redefinir metas é válido: ajustar objetivos ao longo da vida é parte do crescimento pessoal.
Outros atletas de elite que se abriram quanto à saúde mental na alta performance
- Simone Biles – A ginasta americana se retirou de várias competições nas Olimpíadas de Tóquio 2021. Ela fez isso para priorizar sua saúde mental. Este ato destacou a importância de reconhecer os próprios limites.
- Michael Phelps – O nadador mais condecorado da história revelou suas lutas contra depressão. Ele também compartilhou pensamentos suicidas. Ele se tornou um defensor da saúde mental entre atletas.
- Naomi Osaka – A tenista japonesa se afastou de torneios importantes. Ela está cuidando de sua saúde mental. Isso trouxe à tona discussões sobre o bem-estar de atletas em esportes individuais.
- Kevin Love – O jogador da NBA compartilhou sua experiência com ataques de pânico e ansiedade. Ele incentiva outros atletas a falarem sobre suas dificuldades emocionais.
- Rayssa Leal – A skatista brasileira tem ressaltado a importância de cuidar da saúde mental desde cedo. Isso é especialmente importante entre jovens atletas.
- Tyrese Haliburton – O armador do Indiana Pacers revelou como lesões afetaram sua saúde mental. Ele também mencionou críticas nas redes sociais. Isso ressaltou a pressão enfrentada por atletas profissionais.
- Rūta Meilutytė – A nadadora lituana e medalhista olímpica compartilhou suas experiências. Ela falou sobre como um ambiente de treinamento tóxico contribuiu para distúrbios alimentares. Também mencionou sua luta contra a depressão.
- Jani Brajkovič – O ciclista esloveno compartilhou sua luta contra a bulimia e o excesso de treinamento. Ele destacou a necessidade de apoio psicológico no esporte de alto rendimento.
- Robin Lehner – O goleiro da NHL falou abertamente sobre seu diagnóstico de transtorno bipolar. Ele também falou sobre sua dependência de substâncias. Assim, Lehner se tornou um defensor da saúde mental no hóquei.
- Macarena Cabrillana – A tenista chilena em cadeira de rodas compartilhou sua história de superação. Ela enfrentou uma tentativa de suicídio na adolescência. Macarena usou o esporte como ferramenta de recuperação.
Metas ou saúde mental?
A história de Ding Liren nos lembra que, por trás de grandes conquistas, existem seres humanos com emoções e desafios. Ela nos convida a valorizar o equilíbrio entre sucesso e bem-estar.
É importante reconhecer que cuidar da saúde mental é tão importante quanto alcançar metas externas.
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