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Yôga e Psicologia: como usar da maneira certa

    e Psicologia: isso tem alguma coisa a ver?

    A Psicologia moderna reconhece os benefícios de algumas técnicas do yôga. No entanto, isso não significa que está adotando o yôga em si.

    Métodos como respiração (pránáyáma), posições (ásanas) e meditação são estudados por seu impacto na saúde mental.

    No entanto, seu objetivo na Psicologia não é o samádhi.

    Em vez disso, na terapia, busca-se o alívio do estresse, o aumento da consciência corporal e a regulação emocional.

    Todas essas coisas, no yôga, são “efeitos colaterais”.

    yôga e psicologia só podem se integrar num conceito em que a psicologia integra as técnicas do yôga sem chamá-las como tal

    O que as práticas baseadas no yôga proporcionam?

    Estudos mostram que práticas baseadas no yôga podem:

    ✔ Reduzir ansiedade;
    ✔ Melhorar a regulação emocional;
    ✔ Aumentar a atenção e o foco;
    ✔ Diminuir níveis de estresse​.

    Entretanto, há um problema fundamental nessa abordagem. Como Schleim (2025) aponta, muitas das adaptações científicas do yôga ignoram sua fundamentação epistemológica.

    Mesmo esse estudo que acabei de citar, apesar de ser muito recente, merece cuidado. Mesmo sendo de março deste 2025, refere aos Yôga Sutras, de Patanjali, como base da filosofia.

    Quando é óbvio que tal obra é tão somente uma codificação de algo que veio antes. E, além de tudo, nessa codificação, arianizado ao gosto dos então invasores do subcontinente indiano.

    Ainda hoje, novas adaptações ignoram sua fundamentação filosófica original. Segundo o autor, a tentativa de integrar o yôga ao método científico resulta na descaracterização da prática.

    Isso frequentemente reduz a prática a um conjunto de técnicas isoladas sem o contexto de seu propósito original.

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    Essa desconexão reforça um ponto essencial: se o objetivo não é o samádhi, não estamos falando de yôga.

    Estamos falando do uso de suas técnicas para outros fins.

    Psicologia e Yôga: Convergências e Conflitos

    Apesar dos benefícios das técnicas do yôga na Psicologia, há diferenças fundamentais entre as duas áreas:

    1. Diferença de Objetivos

    ✔ O yôga busca o samádhi.
    ✔ A Psicologia busca o .

    Usar técnicas do yôga para a saúde mental pode ser útil, mas não pode ser chamado de yôga​.

    2. Diferença de Metodologia

    ✔ O yôga é uma prática autônoma e visa a autossuficiência do praticante.
    ✔ A Psicologia, muitas vezes, requer um profissional mediador.

    A terapia pode utilizar técnicas do yôga, mas o yôga em si não é um método terapêutico.

    3. Apropriação Cultural e Redução do Conceito

    Muitas abordagens modernas misturam técnicas do yôga com práticas ocidentais, criando algo que não é nem yôga nem ciência.

    Algumas versões deturpadas incluem espiritualização forçada, ginástica disfarçada e até misturas com terapias alternativas.

    Isso resulta na perda da autenticidade do yôga original​. Uma coisa que não é nem yôga nem técnicas do yôga aplicadas à Psicologia.

    Como Integrar Yôga e Psicologia Sem Deturpar o Conceito?

    Para que a Psicologia utilize as técnicas do yôga de forma ética e precisa, algumas diretrizes são fundamentais:

    Diferenciar yôga de técnicas do yôga – O yôga envolve mais do que exercícios para relaxamento. Ele não pode ser reduzido a um simples conjunto de práticas relaxantes. Se o objetivo não é o samádhi, não estamos falando de yôga.

    Respeitar sua natureza técnica e autônoma – O yôga não exige terapeutas ou gurus. Ele é um caminho pessoal, sem necessidade de mediação.

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    Evitar distorções e apropriações – Muitas versões modernas misturam yôga com conceitos ocidentais sem embasamento. Isso desfigura sua essência.

    Usar a terminologia correta – Se um psicólogo utiliza pránáyáma ou ásanas na clínica, deve chamar isso de “técnicas inspiradas no yôga”. Ele não deve chamar isso de “yôga terapêutico”. Yôga por definição não é terapêutico. Não é preciso científica, histórica, epistemologica nem eticamente.

    Yôga e psicologia são coisas distintas

    O yôga e a Psicologia podem coexistir e até se complementar, mas são coisas distintas.

    O yôga é uma metodologia estritamente prática, com um único objetivo: conduzir ao samádhi. Qualquer outro uso de suas técnicas não pode ser chamado de yôga.

    Se a Psicologia deseja se apropriar dessas técnicas para fins terapêuticos, isso deve ser feito com respeito à sua origem. Não deve ser reduzido a um simples método de bem-estar ou condicionamento mental.

    Como aponta Schleim (2025), tentar enquadrar o yôga nos paradigmas científicos ocidentais pode resultar na perda de sua autenticidade. Isso também pode levar à descaracterização de sua finalidade original.

    Referência

    SCHLEIM, S. How compatible are Western psychology and yoga psychology? Epistemology, concepts and localization. Frontiers in Psychology, v. 16, p. 1554014, 2025.


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