A psicologia desempenha um papel fundamental no sucesso em transplantes de órgãos, indo muito além da avaliação inicial dos pacientes.
Recentemente, a APA (American Psycological Association) publicou um artigo sobre o papel das pessoas psicólogas no processo de transplantes. Utilizamos esse artigo como fonte para o conteúdo abaixo.
Psicólogos especializados em transplantes ajudam desde a preparação para o procedimento. Eles também assistem na adaptação pós-operatória. Isso garante maior adesão ao tratamento e melhor qualidade de vida.
A participação de tais profissionais pode reduzir a rejeição de órgãos pela metade (Hooper, D. K., et al., American Journal of Kidney Diseases, Vol. 79, No. 3, 2022).

Índice
Como a psicologia contribui para o sucesso do transplante?
As pessoas psicólogas são parte essencial da equipe multidisciplinar que acompanha os pacientes antes, durante e depois da cirurgia. Seu trabalho envolve:
- Avaliação psicológica pré-transplante: Identificar condições que podem impactar o sucesso do procedimento. Exemplos incluem dificuldades emocionais ou baixa adesão a tratamentos.
- Acompanhamento na lista de espera: Auxiliar pacientes a lidarem com a ansiedade e incertezas enquanto aguardam um órgão compatível.
- Pós-operatório e reabilitação: Apoiar na adaptação à nova realidade. Ajudar na aceitação do transplante. Incentivar a adesão à medicação imunossupressora (de Zwaan, M., et al., Deutsches Ärzteblatt International, Vol. 120, No. 24, 2023). Superar possíveis sentimentos de culpa.
A importância da adesão ao tratamento
Um dos maiores desafios enfrentados pelos pacientes transplantados é seguir corretamente o tratamento.
Em particular, isso inclui o uso contínuo de medicamentos imunossupressores. Estes medicamentos são fundamentais para evitar a rejeição do órgão.
Estudos indicam que a intervenção psicológica melhora significativamente essa adesão, reduzindo complicações e aumentando a sobrevida do paciente.
Saúde mental e transplantes: desafios comuns
Muitos pacientes enfrentam desafios emocionais após o transplante, incluindo:
- Depressão e ansiedade: Condições frequentes devido às mudanças drásticas na vida do paciente. Depressão, por exemplo, afeta 85% das pessoas que recebem rins (Zimbrean, P. C., Current Opinion in Organ Transplantation, Vol. 27, No. 6, 2022).
- Estresse pós-traumático: Alguns desenvolvem sintomas de trauma devido ao longo período de internação ou complicações cirúrgicas.
- Culpa do sobrevivente: A ideia de que “alguém precisou morrer para que eu vivesse” pode ser emocionalmente desafiadora. Esta ideia pode afetar alguns receptores de órgãos.
O impacto dos psicólogos na equipe médica
Além de seu papel direto com os pacientes, os psicólogos de transplante desempenham um papel no apoio à equipe médica.
Médicos e cirurgiões enfrentam desafios ao lidar com pacientes que apresentam dificuldades emocionais ou comportamentais durante o processo de transplante.
Os psicólogos ajudam a equipe a interpretar esses comportamentos, oferecendo estratégias para melhorar a comunicação. Isso reduz a frustração dos profissionais de saúde. Assim, eles podem focar em suas especialidades.
Como aponta o psicólogo Stephan Weinland no artigo da APA: “Não existem pacientes difíceis, apenas problemas difíceis a serem resolvidos”.
Ele enfatiza a importância de uma abordagem empática e colaborativa. O objetivo é melhorar os resultados clínicos e reduzir o esgotamento dos profissionais da saúde.
O futuro da psicologia para sucesso em transplantes
A psicologia desempenha um papel essencial em todo o processo de sucesso em transplantes de órgãos. Ela contribui para melhores resultados clínicos, maior adesão ao tratamento e apoio emocional.
Diante do crescimento no número de transplantes, a presença de psicólogos especializados se torna cada vez mais necessária.
Entre os principais pontos discutidos, destacam-se:
- Avaliação pré-transplante: Identificação de fatores que podem influenciar o procedimento.
- Acompanhamento na lista de espera: Suporte para ajudar os pacientes a lidarem com a ansiedade e o estresse enquanto aguardam.
- Educação e adesão ao tratamento: Intervenções para garantir que os pacientes sigam corretamente as orientações médicas.
- Reabilitação pós-transplante: Auxílio na adaptação à nova realidade, enfrentamento de possíveis crises emocionais e promoção da aceitação do transplante.
- Prevenção e manejo de questões psicológicas: Tratamento de sintomas de depressão, ansiedade, estresse pós-traumático e sentimentos de culpa.
- Apoio à equipe médica: Mediação da relação entre médicos e pacientes, ajudando a equipe a compreender comportamentos.
- Necessidade de mais profissionais na área: A crescente demanda por transplantes ressalta a importância de formar mais psicólogos especializados.
A atuação dos psicólogos no contexto dos transplantes de órgãos evidencia a importância da abordagem integrada à saúde. Corpo e mente são considerados igualmente fundamentais para a recuperação e sucesso em transplantes.
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