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Amor romântico: pesquisa classifica 4 tipos de amantes

    O romântico sempre foi tema de interesse para poetas, escritores e cientistas.

    Mas será que todos vivemos esse sentimento da mesma maneira?

    Um estudo recente publicado na revista Personality and Individual Differences (2025) trouxe evidências (risos) sobre o tema.

    Existem diferentes maneiras de experimentar o amor romântico.

    A , conduzida por Adam Bode e Phillip S. Kavanagh, utilizou análise de clusters para agrupar jovens adultos apaixonados em quatro diferentes perfis.

    Imagem conceitual para ilustrar o amor romântico

    Os quatro tipos de amantes do amor romântico

    A pesquisa analisou um grupo de 809 jovens adultos. Eles estavam em um relacionamento amoroso e se identificavam como estando apaixonados.

    Os participantes tinham entre 18 e 25 anos. Eles foram selecionados a partir do Romantic Love Survey 2022. Este é um dos maiores bancos de dados sobre amor romântico.

    O estudo contou com participantes de 33 países, abrangendo diferentes contextos culturais e étnicos.

    No entanto, a maioria dos participantes falava inglês fluentemente. E eles vinham de países ocidentais. Isso pode influenciar a generalização dos resultados para outras populações.

    A pesquisa analisou esse 809 adultos jovens que participaram.

    Ela os classificou com base em quatro critérios principais: intensidade do amor, pensamento obsessivo, comprometimento e frequência de atividade sexual.

    Os resultados revelaram quatro grupos distintos:

    Os quatro tipos de amantes

    A pesquisa analisou os participantes com base em quatro critérios principais: intensidade do amor, pensamento obsessivo, comprometimento e frequência da atividade sexual. Os resultados revelaram quatro grupos distintos, que também diferiam em outros aspectos comportamentais, incluindo saúde mental, padrões de consumo e distribuição de .

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    1. Amantes leves (20,02%)

    • Intensidade emocional: Baixa.
    • Pensamento obsessivo: Menor tempo dedicado a pensar no parceiro(a).
    • Comprometimento: Baixo, menos propensos a construir vínculos duradouros.
    • Frequência sexual: Baixa.
    • Distribuição de gênero: 58,64% homens, 41,36% mulheres.
    • Traços de personalidade: Baixa extroversão e concordância.
    • Duração do amor: Tendem a se apaixonar com maior frequência, mas por períodos mais curtos.
    • Saúde mental: Maior incidência de de ansiedade e depressão; menor nível de bem-estar psicológico geral.
    • Padrões de consumo:
      • Menor gasto financeiro relacionado ao relacionamento.
      • Pouca alteração em hábitos de consumo de café, álcool e cigarros.
      • Menos propensos a fazer mudanças de estilo de vida ou gastos impulsivos.
    • Uso de medicamentos: Maior propensão ao uso de antidepressivos (ISRS).
    • Comportamentos associados:
      • Maior tendência a dirigir de forma arriscada.
      • Maior consumo de café e álcool do que os outros grupos.
      • Maior criatividade, mas menor energia e interesse sexual.

    2. Amantes moderados (40,91%)

    • Intensidade emocional: Relativamente baixa.
    • Pensamento obsessivo: Moderado.
    • Comprometimento: Alto, valorizam relações estáveis.
    • Frequência sexual: Moderada.
    • Distribuição de gênero: 57,70% homens, 42,30% mulheres.
    • Traços de personalidade: Personalidade equilibrada, sem traços extremos.
    • Duração do amor: Paixões mais estáveis e duradouras.
    • Saúde mental: Saúde mental equilibrada, sem extremos de humor; menos sintomas de ansiedade e depressão do que os amantes leves.
    • Padrões de consumo:
      • Gasto financeiro médio, sem grandes excessos ou retrações.
      • Poucas mudanças nos hábitos de consumo durante o período apaixonado.
    • Uso de medicamentos: Menor uso de antidepressivos comparado aos amantes leves.
    • Comportamentos associados:
      • Menor probabilidade de comportamentos impulsivos.
      • Maior probabilidade de relatar bem-estar e satisfação geral.

    3. Amantes libidinosos (9,64%)

    • Intensidade emocional: Alta.
    • Pensamento obsessivo: Frequente, dedicam muito tempo ao parceiro(a).
    • Comprometimento: Alto.
    • Frequência sexual: Extremamente elevada (média de 10 vezes por semana).
    • Distribuição de gênero: 52,56% homens, 47,44% mulheres.
    • Traços de personalidade: Mais impulsivos e abertos a novas experiências.
    • Duração do amor: mais intensos, mas nem sempre duradouros.
    • Saúde mental: Maior propensão a estados de humor elevados; menor incidência de depressão e ansiedade.
    • Padrões de consumo:
      • Gastos financeiros mais elevados, especialmente em viagens e experiências novas.
      • Maior propensão ao consumo de álcool e cigarro.
      • Maior tendência a de risco e gastos impulsivos.
    • Uso de medicamentos: Pequena proporção utilizando antidepressivos, mas com níveis mais elevados de impulsividade.
    • Comportamentos associados:
      • Maior disposição para atividades físicas e sociais.
      • Maior desejo por novidades e mudanças no estilo de vida.
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    4. Amantes intensos (29,42%)

    • Intensidade emocional: Altíssima.
    • Pensamento obsessivo: Elevado, grande investimento emocional no relacionamento.
    • Comprometimento: Muito alto, priorizam a estabilidade e a conexão profunda.
    • Frequência sexual: Elevada.
    • Distribuição de gênero: 39,92% homens, 60,08% mulheres.
    • Traços de personalidade: Alta concordância e conscienciosidade.
    • Duração do amor: Longos períodos apaixonados, podendo durar anos.
    • Saúde mental: Relataram altos níveis de e satisfação relacional; menor envolvimento com comportamentos de risco.
    • Padrões de consumo:
      • Menor consumo de café, álcool e cigarros comparado aos amantes libidinosos.
      • Maior prudência nos gastos, priorizando estabilidade financeira.
    • Uso de medicamentos: Menor consumo de antidepressivos comparado aos amantes leves.
    • Comportamentos associados:
      • Maior foco em planejamento e comprometimento com o parceiro(a).
      • Maior preocupação com equilíbrio emocional e bem-estar do casal.
      • Menor envolvimento com comportamentos de risco e impulsividade.

    Amor e diversidade: Não existe um “jeito certo” de amar

    O estudo reforça a ideia de que o amor romântico não é uma experiência homogênea.

    Para algumas pessoas, a paixão é arrebatadora e obsessiva, enquanto para outras é mais tranquila e equilibrada.

    Isso sugere que as relações amorosas são moldadas não apenas por fatores psicológicos, mas também por aspectos sociais e culturais.

    Um aspecto interessante é que os amantes moderados representam a maior parcela do estudo (40,91%). Eles foram considerados “comuns”. Isso ocorreu pois apresentavam características medianas em todos os aspectos analisados.

    Já os amantes intensos se apaixonam de forma mais profunda e obsessiva. Eles foram os únicos a apresentar maior presença feminina (60%).

    Implicações para o entendimento das relações amorosas

    Entender que existem diferentes formas de viver o amor pode auxiliar na redução de expectativas irreais.

    Nesse caso, seria bom dar uma olhada em nosso artigo sobre os diferentes perfis sócio-sexuais que você encontra no Tinder.

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    Essas expectativas são sobre como um relacionamento “deveria” ser. Muitas vezes, as pessoas se frustram ao comparar sua própria experiência romântica com padrões idealizados.

    Os achados também podem contribuir para a área clínica e para aconselhamento de casais. Se um parceiro tem um perfil mais intenso, enquanto o outro é moderado, isso pode gerar conflitos na relação.

    Conflitos surgem caso não haja compreensão sobre essas diferenças.

    O que isso significa para você?

    Você já se identificou com algum desses perfis?

    O estudo nos convida a refletir sobre como vivemos o amor e como nossas relações se encaixam dentro dessas categorias.

    Não há um jeito “certo” de amar. Compreender a diversidade pode nos ajudar a construir relações mais saudáveis. Também pode nos ajudar a construir relações autênticas.

    Referência

    BODE, A.; KAVANAGH, P. S. Variation exists in the expression of romantic love: A cluster analytic study of young adults experiencing romantic love. Personality and Individual Differences, v. 239, p. 113108, 2025.


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