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Violência doméstica: crenças machistas aumentam risco

    A doméstica é um problema social grave. Milhões de pessoas no mundo são afetadas. Estudos apontam que diversos fatores a perpetuam, como histórico de abuso e uso de substâncias.

    Um fator menos debatido é a influência das crenças de gênero. Parece óbvio num primeiro momento, mas esse tipo de estudo serve para quantificar a magnitude dessa correlação.

    Um estudo recente do PLOS ONE investigou essa relação. Os resultados mostram que homens com visões mais tradicionais sobre gênero são mais propensos a cometer violência contra suas parceiras.

    Aqui, exploramos os achados, fatores de risco e prevenção.

    Violência doméstica está ligada a crenças masculinas tradicionais (machismo).

    O que a pesquisa revelou?

    Pesquisadores da Universidade da Califórnia analisaram dados do California Violence Experiences Survey (CalVEX), coletados entre 2021 e 2023.

    • O estudo revelou que 1,9% dos homens entrevistados relataram ter cometido violência doméstica no último ano.
    • Desses, mais de 60% concordavam com ideias machistas, como “homens são melhores líderes políticos que mulheres”.

    Os pesquisadores levaram em conta outros fatores, como uso de substâncias e histórico de violência. Ainda assim, a relação entre crenças de e agressividade permaneceu forte. A conexão mostrou-se consistente.

    Metodologia do estudo

    O estudo utilizou uma abordagem quantitativa. Isso significa que os pesquisadores analisaram dados numéricos para identificar padrões. Foram coletadas informações de 3.609 homens em uma online.

    Os participantes responderam a perguntas do World Values Survey para medir suas crenças sobre gênero. Eles também relataram se haviam cometido violência contra um parceiro no último ano.

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    Para garantir precisão, foram usados métodos estatísticos que ajustam os resultados conforme outras variáveis.

    Fatores de risco associados

    Além das crenças sobre gênero, a pesquisa apontou outros fatores que aumentam o risco de violência:

    • Uso de substâncias: Homens que consomem álcool ou frequentemente são mais propensos a agressões.
    • Histórico de violência: Quem sofreu ou testemunhou violência na infância tem mais chance de reproduzi-la.
    • Posse de armas: Homens armados tendem a cometer agressões mais graves.

    O que pode ser feito para prevenir?

    A prevenção da violência doméstica requer ações individuais e coletivas. Algumas abordagens eficazes incluem:

    • sobre gênero: Ensinar igualdade desde a infância ajuda a desconstruir crenças machistas.
    • Suporte psicológico: Terapias focadas no controle da agressividade podem ajudar agressores.
    • Políticas públicas: Medidas como fiscalização de armas e punições mais severas para agressores ajudam na prevenção.

    Limitações do estudo sobre violência doméstica

    Embora os achados desta pesquisa reforcem a conexão entre crenças de gênero e violência doméstica, algumas limitações precisam ser consideradas.

    Primeiramente, os dados foram coletados por meio de autodeclaração. Isso pode levar à subnotificação de comportamentos violentos. Esse problema ocorre devido ao estigma social.

    Além disso, a pesquisa analisou apenas violência física e sexual. Não foram consideradas outras formas de abuso, como violência emocional e financeira.

    Outro ponto a ser considerado é que o estudo foi realizado apenas na Califórnia. Esse é um estado dos com particularidades sociais e culturais.

    Para validar esses achados, seria necessário expandir a pesquisa para diferentes contextos geográficos e culturais.

    Futuros estudos podem investigar intervenções eficazes para reduzir crenças de gênero prejudiciais. Eles também podem avaliar como políticas públicas podem impactar na redução da violência doméstica.

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    A violência contra a mulher continua um problema

    A violência doméstica é um problema complexo. O estudo analisado mostra a importância de desconstruir crenças machistas para preveni-la.

    Como podemos, enquanto , promover relações mais igualitárias e saudáveis?

    Referência

    CLOSSON, Kalysha; JOHNS, Nicole E.; RAJ, Anita. Are men’s gender equality beliefs associated with self-reported intimate partner violence perpetration? A state-level analysis of California men. PLoS ONE, v. 20, n. 1, p. e0315293, 2025.


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