Um estudo recente, com 540 homens, publicado no Archives of Sexual Behavior, revelou algo interessante. Homens que se percebem como menos desejáveis do que suas parceiras têm maior probabilidade de realizar sexo oral nelas.
Essa tendência estaria ligada à tentativa de retenção do relacionamento e ao desejo de satisfazer sexualmente a parceira.
Ora, vemos muitas mulheres reclamando que seus parceiros não lhes fazem sexo oral. Talvez seja sinal de que alguns homens estão se achando mais do que realmente são. Não seria a hora de alguns baixarem um pouco a bola?
Sejem menas, rapazes. Vocês não estão com essa bola toda.
Índice

A relação entre valor de parceiro e comportamento sexual
Nos relacionamentos amorosos, o conceito de valor de parceiro refere-se à percepção da própria desejabilidade como parceiro romântico.
Segundo o artigo, quando há discrepância de valor entre um casal, o parceiro percebido como menos desejável assume alguns comportamentos. Este parceiro adota estratégias para evitar uma suposta infidelidade. Além disso, busca fortalecer a relação.
Entre essas estratégias, destaca-se o provisionamento de benefícios. Ele pode incluir gestos de carinho e suporte emocional. Como mostra este novo estudo, também pode haver comportamentos sexuais estratégicos, como o sexo oral.
Metodologia da pesquisa
O estudo analisou 540 homens heterossexuais em relacionamentos estáveis e sexualmente ativos há pelo menos três meses.
Os participantes responderam a um questionário online. Nele, avaliaram seu próprio valor de parceiro e o valor de suas companheiras. Além disso, relataram a frequência com que realizavam sexo oral.
Foi identificado que os que se percebiam como tendo valor inferior ao das parceiras realizavam sexo oral com mais frequência.
Além disso, essa prática foi motivada pelo desejo de proporcionar prazer à parceira. Foi também impulsionada pelo desejo de fortalecer a relação. A pesquisa não identificou correlação significativa com preocupações sobre infecções sexualmente transmissíveis.
O papel da satisfação sexual e da retenção de parceiro
Homens com menor valor de parceiro não apenas realizavam mais sexo oral, como também relataram maior prazer ao fazê-lo.
Isso sugere que essa prática pode se tornar um mecanismo de reforço do vínculo afetivo e sexual. O estudo reforça a teoria de que a motivação para reter um parceiro influencia comportamentos íntimos.
Os pesquisadores observaram que a frequência do sexo oral estava diretamente associada à crença de que a parceira o apreciava.
Isso indica que os homens não estão apenas tentando agradar, mas também respondendo a um feedback positivo.
Questões culturais e limitações do estudo
Os dados foram coletados na Polônia. Isso levanta a questão sobre a aplicabilidade dos resultados em outras culturas. Nestas culturas, as normas sexuais podem diferir.
Além disso, o estudo baseou-se em autorrelatos. Isso pode introduzir viés de resposta, especialmente quando se trata de comportamentos íntimos.
Outra questão não explorada pela pesquisa é se a realização frequente de sexo oral realmente aumenta a estabilidade do relacionamento.
O estudo sugere que homens de menor valor percebem essa estratégia como eficaz. No entanto, não há dados que confirmem seu impacto direto na duração da relação.
Implicações para a psicologia das relações
A pesquisa levanta reflexões importantes sobre como as dinâmicas de poder e autoestima influenciam a vida sexual e os relacionamentos.
Por um lado, a busca por satisfação da parceira pode fortalecer laços afetivos. Por outro, a motivação baseada em insegurança pode gerar um ciclo de ansiedade. Isso também pode criar uma necessidade de validação.
Para casais, esse estudo sugere a importância de uma comunicação aberta sobre expectativas e prazer.
Isso garante que a intimidade seja um reflexo de conexão genuína. Ela não deve ser apenas resultado de estratégias inconscientes de retenção do parceiro.
Referência
FRANKOWSKA, N.; SZYMKOW, A.; GALBARCZYK, A. Oral Sex May Serve as Low Mate Value Compensation Among Men: Evidence from a Pre-registered Study. Archives of Sexual Behavior, 2024.
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