Você gostaria de conversar com seu cãozinho? A inteligência artificial tem revolucionado diversas áreas do conhecimento, e a linguagem emocional dos animais não é exceção.
A pesquisa demonstra que algoritmos de aprendizado de máquina podem prever a linguagem emocional dos animais apenas analisando suas vocalizações.
O estudo alcançou uma precisão impressionante de 89,49% na classificação da valência emocional dos sons emitidos pelos animais.
Mas como isso é possível?
Vamos explorar essa descoberta e sua metodologia em detalhes.

Índice
O que o estudo descobriu?
Os pesquisadores analisaram os sons produzidos por sete espécies de ungulados, incluindo vacas, ovelhas, cavalos e javalis selvagens.
A hipótese central do estudo é que certos padrões acústicos podem indicar se o animal está experimentando uma emoção positiva. Ela pode ser prazerosa.
Ou pode ser uma emoção negativa, que é desagradável.
Isso é particularmente relevante. A linguagem emocional dos animais é um meio fundamental de comunicação. Ela pode fornecer pistas sobre seu bem-estar.
A pesquisa revelou que os sons associados a emoções positivas tendem a ser mais curtos. Eles têm menor variação na frequência fundamental e uma modulação de amplitude reduzida.
Por outro lado, os sons negativos são mais longos e apresentam maiores variações em suas frequências.
Essas características se mostraram relativamente consistentes entre diferentes espécies.
Isso sugere que certos padrões vocais podem ser universais na expressão da linguagem emocional dos animais.
Metodologia para entender a linguagem emocional dos animais
Para analisar os sons dos animais, os pesquisadores usaram um algoritmo chamado eXtreme Gradient Boosting (XGBoost).
É uma técnica avançada de aprendizado de máquina. Ela melhora a classificação por meio de um conjunto de árvores de decisão.
Essa ferramenta permite identificar padrões complexos que seriam difíceis de perceber com métodos tradicionais.
O estudo também empregou um método de redução de dimensionalidade chamado UMAP. Este método foi utilizado para visualizar como as vocalizações se agrupam em termos de emoção. Ele também mostra como se agrupam por espécie.
Os cientistas queriam verificar a robustez dos resultados. Eles aplicaram diversas técnicas estatísticas, como k-means clustering.
Também usaram a classificação Naive Bayes. Essas técnicas ajudaram a confirmar a separabilidade dos sons entre as categorias de valência emocional.
Outro aspecto relevante foi a análise de explicação dos modelos. Isso foi feito por meio da técnica SHAP (Shapley Additive Explanations). Essa técnica ajudou a determinar quais variáveis acústicas mais influenciaram a classificação do algoritmo.
Possíveis Aplicações Futuras ao entendermos a linguagem emocional dos animais
Este estudo representa um grande avanço para o monitoramento do bem-estar animal. Se a inteligência artificial puder identificar estados emocionais dos animais de maneira confiável, ela poderá ser usada positivamente. Isso ajudará a melhorar o manejo de espécies domesticadas.
Ela também pode melhorar o tratamento de espécies selvagens. Sem falar na possibilidade de tutores de animais entenderem melhor os seus bichinhos.
Além disso, a pesquisa abre portas para investigações mais amplas sobre a expressão emocional através de vocalizações em outras espécies.
Estudos futuros podem expandir a base de dados para incluir mais animais e contextos emocionais. Esses estudos permitirão refinar ainda mais os modelos de inteligência artificial.
Eles alcançarão um entendimento mais abrangente da linguagem emocional dos animais.
Será que estamos no tempo em que os bichos falavam?
A descoberta de que algoritmos de inteligência artificial podem identificar emoções nos sons dos animais é um passo significativo. Isso contribui para o entendimento da comunicação animal e seu bem-estar.
Claro que a indústria vai usar esse tipo de conhecimento, não para esse fim exatamente. Mas para aumentar seu lucro, é claro. Mas não deixa de ser uma descoberta animadora.
O estudo reforça a ideia de que certas características acústicas são compartilhadas entre diferentes espécies. Ele também destaca o papel crescente da tecnologia na pesquisa em etologia e neurociência.
Com o avanço dos modelos de aprendizado de máquina, expandimos os bancos de dados sonoros. No futuro, podemos desenvolver sistemas automatizados para interpretar com precisão a linguagem emocional dos animais.
Referência
LEFÈVRE, Romain A.; SYPHERD, Ciara C. R.; BRIEFER, Élodie F. Machine learning algorithms can predict emotional valence across ungulate vocalizations. iScience, v. 28, n. 2, p. 111834, 2025.
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