Muitas pessoas se perguntam: como saber se o gato gosta de você?
Afinal, os gatos costumam ser mais independentes do que os cães e nem sempre demonstram carinho de forma óbvia.
No entanto, um estudo publicado na revista científica Applied Animal Behaviour Science descobriu uma coisa interessante.
Os gatos desenvolvem estilos de apego com seus tutores e, como resultado, isso afeta diretamente seu comportamento e bem-estar.
Recentemente, encontrei esse estudo num artigo no blog PsyPost que me chamou a atenção.
Ele explicava como os gatos desenvolvem diferentes tipos de apego com seus tutores e, consequentemente, isso influencia seu comportamento. Além disso, pode também influenciar seus níveis hormonais.
Achei o tema muito interessante, por isso decidi compartilhar essa pesquisa com você. Afinal, ela pode ajudar a entender melhor o vínculo entre humanos e felinos.

Gatos formam laços emocionais com seus tutores
Apesar da fama de desapegados, os gatos são capazes de criar laços emocionais profundos com seus tutores. O estudo revelou que, assim como bebês humanos e cães, os gatos desenvolvem três tipos principais de apego:
- Apego seguro: o gato interage com o tutor de forma equilibrada e confortável.
- Apego ansioso: o gato busca atenção constante, mas pode ficar estressado quando segurado.
- Apego evitativo: o gato evita interações e pode até fugir do contato físico.
Se você quer saber se o seu gato gosta de você, observar esses padrões de comportamento pode dar pistas importantes.
O impacto do apego no comportamento do gato
Os pesquisadores analisaram 30 gatos em um experimento que envolvia um teste de separação e reencontro com seus tutores.
Assim, o comportamento dos felinos foi registrado para identificar como eles reagiam à presença e ausência dos humanos.
Como resultado, os pesquisadores observaram que os gatos com apego seguro:
- Iniciam interações de maneira natural.
- Ficam à vontade na presença do tutor.
- Demonstram menos comportamentos problemáticos, como agressividade ou destruição de objetos.
Já os gatos ansiosos e evitativos apresentaram mais dificuldades na interação. Logo, isso pode indicar que não se sentem totalmente à vontade com o tutor.
Um achado interessante foi que os níveis de ocitocina variavam conforme o estilo de apego. Esse hormônio é responsável pelo vínculo e pelo bem-estar.
Os gatos com apego seguro, no entanto, mostraram um aumento significativo nos níveis de ocitocina. Isso ocorreu após interagirem com seus tutores.
Em contraste, os gatos ansiosos e evitativos mostraram pouca ou nenhuma mudança.
O que isso tem a ver com a psicologia humana?
O conceito de estilos de apego não se aplica apenas a gatos e cães, mas também aos seres humanos.
A Teoria do Apego, desenvolvida pelo psicólogo John Bowlby, explica como as primeiras interações afetivas são importantes.
Esse fenômeno ocorre especialmente entre bebês e seus cuidadores. Desse modo, essas interações moldam nossos relacionamentos ao longo da vida.
Assim como os gatos do estudo, os humanos podem desenvolver:
- Apego seguro: sentem-se confortáveis em seus relacionamentos, demonstram confiança e não temem a proximidade emocional.
- Apego ansioso: buscam validação constante, podem ter medo do abandono e tendem a ser mais dependentes emocionalmente.
- Apego evitativo: evitam intimidade e podem parecer emocionalmente distantes ou autossuficientes.
Isso mostra que o modo como interagimos com nossos vínculos iniciais pode influenciar profundamente nosso comportamento social e emocional.
Esse vínculo pode ocorrer tanto com nossos cuidadores na infância quanto com nossos animais de estimação.
Da mesma forma, um gato pode desenvolver um apego seguro, ansioso ou evitativo. Depende de como é tratado por seu tutor. Do mesmo modo, o mesmo acontece com os seres humanos.
Portanto, relações de afeto, sejam entre humanos ou entre humanos e animais, impactam diretamente nosso bem-estar e desenvolvimento emocional.
Como saber se o gato gosta de você (e saber se os humanos também gostam)?
Se você quer que seu gato goste mais de você, a melhor estratégia é respeitar o espaço dele.
É importante criar interações positivas.
Algumas dicas incluem:
- Permitir que o gato se aproxime por conta própria, sem forçar interações.
- Observar os sinais corporais para entender quando ele quer carinho.
- Evitar segurá-lo contra a vontade, pois isso pode gerar estresse.
- Criar momentos positivos, como oferecer petiscos e brincar com ele.
Como saber se o gato gosta de você e aplicar isso em humanos
Curiosamente, essas mesmas dicas também podem ser aplicadas para fortalecer relacionamentos humanos.
Afinal, o respeito pelo espaço do outro é essencial. Além disso, a atenção aos sinais emocionais e a construção de momentos positivos também são fundamentais.
Juntos, esses elementos são necessários para criar laços saudáveis em qualquer relação.
Nesse sentido, o estudo sugere que a maneira como interagimos com nossos gatos pode influenciar seu comportamento. E, por consequência, o tipo de apego que eles desenvolvem.
Se um gato evita interações ou parece ansioso, isso pode indicar coisas importantes. Ele precisa de mais segurança no relacionamento com o tutor.
- Se quiser conferir o estudo original que inspirou este artigo, ele está disponível neste link.
E você, já percebeu que seu gato tem um jeito próprio de demonstrar afeto? Conte nos comentários como ele se comporta ao seu lado!
Referência
CHANG, Hao et al. The effects of owner–cat interaction on oxytocin secretion in pet cats with different attachment styles. Applied Animal Behaviour Science, [S. l.], v. 106524, 2025. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.applanim.2025.106524.
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