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Buscar a felicidade está acabando com você, diz estudo

    A felicidade é um dos objetivos mais valorizados em nossa .

    Desde livros de autoajuda até programas de bem-estar, somos constantemente incentivados a buscar positivas e eliminar sentimentos negativos.

    No entanto, um estudo recente publicado na Applied Psychology: Health and Well-Being sugere algo diferente.

    Um rapaz em busca da felicidade, preso em um corredor estreito, ele está correndo

    Essa busca incessante pode ter um efeito colateral inesperado. Pode resultar em esgotamento mental e perda de autocontrole.

    O artigo Happiness depletes me: Seeking happiness impairs limited resources and self-regulation, de Aekyoung Kim e Sam J. Maglio (2025), explora essa questão.

    E levanta uma hipótese intrigante. Tentar ser feliz pode consumir nossos recursos cognitivos. E nos tornar mais propensos a tomar decisões impulsivas e menos persistentes diante de desafios.

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    O que a pesquisa descobriu?

    Os pesquisadores conduziram quatro estudos para analisar o impacto da busca pela felicidade na autorregulação:

    1. Autopercepção da felicidade e do autocontrole. Em um primeiro experimento com 532 participantes, constatou-se que pessoas que valorizam excessivamente a felicidade relataram menor capacidade de autocontrole.
    2. Tomada de decisão. Um segundo estudo envolveu 369 participantes, que foram submetidos a um teste de escolha de consumo. Os que estavam mais focados na felicidade gastaram menos tempo refletindo sobre suas decisões, sugerindo um menor esforço cognitivo.
    3. Teste de tentação. No terceiro experimento, participantes foram divididos em dois grupos: um recebeu um estímulo sutil para pensar sobre felicidade. O outro grupo não teve essa ativação. Em seguida, todos participaram de um teste de degustação de chocolates. Aqueles que haviam sido estimulados a pensar na felicidade comeram mais doces, sugerindo menor controle sobre impulsos.
    4. Persistência em desafios. No último estudo, participantes foram instruídos a fazer escolhas visando aumentar a felicidade ou buscar precisão em suas decisões. Depois disso, tiveram que resolver anagramas. Os que focaram na felicidade desistiram mais rápido da tarefa, evidenciando um menor nível de persistência.
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    Os resultados indicam que o esforço contínuo para ser mais feliz acaba com a capacidade de controle sobre nossos comportamentos. Isso prejudica decisões diárias e impactando negativamente nosso bem-estar a longo prazo.

    O que isso significa para o nosso dia a dia?

    Se tentar ser mais feliz pode acabar nos deixando mentalmente exaustos, como podemos equilibrar essa busca sem cair nessa armadilha?

    Sam Maglio sugere que talvez devêssemos focar na aceitação do que já temos. Ele propõe que simplesmente “ir com o fluxo” pode ser uma alternativa menos desgastante e mais sustentável para o bem-estar.

    Outro ponto relevante é a forma como encaramos a felicidade. Muitas vezes, ela é vista como um recurso a ser acumulado, semelhante ao dinheiro.

    No entanto, essa mentalidade pode nos levar a um estado constante de insatisfação. Sempre parecerá que falta algo para sermos plenamente felizes, num constante estado de ansiedade.

    Um olhar crítico sobre a cultura da felicidade

    A cultura do bem-estar e a indústria da autoajuda reforçam a ideia de que devemos estar sempre alegres e motivados.

    No entanto, pesquisas como esta nos convidam a refletir sobre os efeitos desse discurso.

    Há opções quanto a tratar a felicidade como uma meta fixa a ser atingida. Talvez seja mais produtivo vê-la como um processo natural, sujeito a altos e baixos.

    E você, já sentiu que a busca pela felicidade pode ser cansativa? Compartilhe sua experiência nos comentários!

    Nota sobre acesso ao artigo original

    Infelizmente, não tivemos acesso ao artigo completo, pois ele se encontra em um periódico pago. Apesar disso, utilizamos fontes confiáveis que analisaram seus achados e trouxeram citações diretas do estudo.

    Caso queira acessar pesquisas acadêmicas sem barreiras financeiras, vale conhecer o Sci-Hub, uma plataforma que busca democratizar o conhecimento científico.

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    Infelizmente, o estudo a que nos referimos não estava disponível lá, pois é muito recente.

    Referência

    KIM, Aekyoung; MAGLIO, Sam J. Happiness depletes me: Seeking happiness impairs limited resources and self-regulation. Applied Psychology: Health and Well-Being, 2025.


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