O autismo ainda é um tema cercado de dúvidas e informações desencontradas.
Algumas pessoas acham que é uma doença. Por outro lado, há quem acredite que todas as pessoas com autismo são iguais.
Mas não é bem assim.
Neste artigo, vamos explicar, de maneira simples, o que é o autismo. Além disso, abordaremos quais desafios pessoas com autismo enfrentam. Por fim, também discutiremos como podemos lhes tornar o mundo mais acolhedor.

O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) – ou simplesmente autismo – não é uma doença. Pelo contrário, é uma maneira diferente de a pessoa estar no mundo. E que, portanto, pode ser muito saudável.
Isso pode afetar a comunicação. Pode também afetar a forma como a pessoa interage com os outros.
Além disso, influencia a maneira como percebe o a vida ao seu redor. Portanto, ele não precisa ser “curado”. É uma forma única de viver e conviver.
Cada pessoa com autismo é diferente.
Algumas falam muito, enquanto outras preferem o silêncio. Da mesma forma, algumas gostam de rotina e organização, enquanto outras se adaptam mais facilmente às mudanças.
Não existe um único jeito de ser uma pessoa com autismo.
Por isso, chamamos de “espectro” (Saiba mais sobre as definições do TEA).
O autismo é comum?
Sim. Estudos mostram que cerca de 1% da população mundial tem autismo (Confira a pesquisa sobre a prevalência do TEA).
Isso significa que há milhões de pessoas com TEA no mundo.
O número de diagnósticos aumentou nos últimos anos. Mas isso não quer dizer que há mais pessoas com TEA do que antes.
O que mudou foi a forma como identificamos o autismo. Hoje, sabemos reconhecer melhor os sinais desde a infância.
Mesmo assim, nem todo mundo tem acesso ao diagnóstico.
Em algumas regiões e grupos sociais, o autismo ainda passa despercebido. Por exemplo, sabe-se que mulheres são subdiagnosticadas.
Isso pode dificultar o acesso ao apoio necessário.
Desafios que pessoas com TEA enfrentam
O mundo nem sempre está preparado para pessoas que pensam e sentem de um jeito diferente.
Além disso, muitas enfrentam dificuldades, como barulhos incômodos, luzes fortes ou a necessidade de interagir em situações sociais cansativas.
Outro ponto importante é que, desde a infância, elas têm mais chances de enfrentar situações difíceis.
Entre elas estão a rejeição, o bullying ou experiências traumáticas. Essas vivências podem afetar seu bem-estar ao longo da vida (Veja os impactos das experiências adversas no autismo).
Por isso, é fundamental criar ambientes acolhedores.
Quanto mais compreendermos o autismo, mais podemos evitar situações que causem sofrimento.
Podemos também oferecer suporte para que essas pessoas se desenvolvam de forma saudável.
Autismo e mercado de trabalho
Nos últimos anos, algumas empresas perceberam que, ao contratar pessoas com TEA, podem obter uma grande vantagem.
Afinal, diversas pessoas com TEA podem ser muito detalhistas, criativas e organizadas.
Mas, para que possam mostrar seu potencial, o ambiente de trabalho precisa ser mais inclusivo.
Infelizmente, muitas empresas ainda não sabem como adaptar seus processos seletivos.
Por exemplo, entrevistas podem ser um desafio para pessoas com TEA. De fato, isso é especialmente verdade quando envolvem muitas perguntas abertas ou exigem contato visual.
Além disso, escritórios com ruídos constantes, luzes muito fortes ou interações frequentes podem ser desgastantes.
Felizmente, estudos mostram que quando empresas fazem pequenas adaptações, todos saem ganhando (Saiba mais sobre autismo e inclusão profissional).
Isso torna o ambiente mais saudável não só para elas, mas para todos os funcionários.
O que podemos aprender com o autismo?
O autismo, sem dúvida, nos ensina valiosas lições sobre respeito às diferenças.
Em vez de perguntar “como pessoas com TEA podem se encaixar no mundo?”, talvez a melhor questão seja “como o mundo pode se tornar mais acolhedor para as pessoas com TEA?”
Isso pode evitar, inclusive, que submetamos o autista a tratamentos duvidosos.
De fato, o mundo pode ser mais acolhedor. Como o mundo pode oferecer mais compreensão e aceitação? Como criar um ambiente mais inclusivo?
Por isso, se você conhece alguém no espectro, tente perceber o que essa pessoa precisa para se sentir confortável.
Será que ela prefere um ambiente mais silencioso? Ou, além disso, será que gosta de interações mais objetivas?
Assim, quanto mais aprendemos, mais conseguimos. Juntos, construímos um espaço onde todas as pessoas possam, de fato, ser quem realmente são.
Referências
- BAILEY, A. et al. A wider spectrum of autism: genetic, neurodevelopmental and cognitive perspectives. Neuron, v. 28, n. 2, p. 229-238, 2000. Disponível em: https://www.cell.com/neuron/fulltext/S0896-6273(00)00115-X.
- ZEIDAN, J. et al. Global prevalence of autism: A systematic review update. Autism Research, v. 15, n. 5, p. 1-18, 2022. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/aur.2696.
- HARTLEY, G. et al. Adverse Childhood Experiences and Autism: A Meta-Analysis. Trauma, Violence, & Abuse, 2023. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/15248380231213314.
- EZERINS, M. E. et al. Autism and Employment: A Review of the “New Frontier” of Diversity Research. Journal of Management, 2023. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/01492063231193362.
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